terça-feira, 10 de maio de 2011

SEREI ?

Eduardo Nery


Sou a luz no querer
e a sombra no poder...
Sou a lâmina fria d'ardência
que desbrava a selva da existência;
a Primavera em flor
que espalha no ar mensagens de cor.
Sou bocas acordadas, loucas,
que de mudas se sentem roucas,
e as mãos de veludo e cetim
que acariciam flores mortas no jardim...
Sou os murmúrios brilhantes e afiados
que se desprendem de diamantes lapidados
e os tornados de desespero contido
que levantam silêncios no desconhecido...
Sou o Inverno frio e nevado,
que torna a terra pura e o céu acinzentado...
Sou a chama eterna da penumbra fugaz
que foge enraivecida à procura de paz...
Sou a Humanidade e o Minuto...



Imagem Google

4 comentários:

Guma disse...

Olá Laura...

Não sei comentar poesia.
Somente, sentir.

As "mãos que acariciam flores mortas no jardim", também as regam e as fazem ressuscitar.
É que por vezes, vejo amores perfeitos desmaiados, parecendo mortos, voltarem a florir.

Óptimo f.d.s.
Beijo e kandandos meus.

Laura disse...

Kimbanda

Obrigada pela tua presença e pelo teu comentário.

Beijinho

Graça Pereira disse...

É um poema belissimo de contradições...afinal, o nosso retrato: nós somos ao mesmo tempo, a noite profunda e silenciosa e o dia onde a esperança criou raízes.
Beijo
Graça

Laura disse...

Graça

E de contradição em contradição, de sermos e de não sermos, vamos caminhando e nos refazendo até não sermos nada.

Beijinho