quinta-feira, 28 de abril de 2011

AFIRMAÇÃO




Alguém me perguntou

Quem és? Que fazes aqui?

E titubeante eu procurei,
alargando as asas da conversação,
retratar-me nas palavras que ninguém inventou...
e mostrar que, se estou aqui,
é somente porque ainda me não cansei.

É que eu ainda sou o Eu,
o Eu que quer a vida que é minha!  





Imagem Google

sábado, 23 de abril de 2011

MOVIMENTO





A chuva lavou as ruas...

Não consegui agarrá-la,

não me lavou a alma.

Assim estou... na rua lavada...



Imagem Google

quinta-feira, 14 de abril de 2011

EVASÃO





Eu moro onde ninguém morou.

Eu galgo os infinitos desmantelados

e o meu pensamento livre como o espaço

desliza na vastidão do sonho pardacento...

E nas cristas das ondas, que só meu veleiro rasgou,

eu escrevo gritos nos silêncios retalhados...

Enfrento tempestades de ignorância

com a vivência edificada na bonança...

Pinto a arrogante inconstância

com que meu frágil braço

dilacera a cegueira do nevoeiro lamacento...

E, só, nas cristas loucas em que meu espírito dança,

eu posso, enfim, morar onde jamais alguém morou...


Imagem Google

domingo, 10 de abril de 2011

PORQUÊ?




Penedo e sepultura e  padrão...

Casa e mó e calçada  e estátua...



Fui tudo isso!


Agora,

                     já não sei se sou...

                                                  mais que uma pedra.


Imagem Google

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ROSA dos VENTOS

 .


Virei costas ao Norte e encarei, de frente, o Sul.

Molhei as mãos no oceano.

Aspergi-me, com o sal onde quero sepultar-me,

e embrulhei em velhas cartas

as Tormentas passadas.




Peguei então nos ventos,

Cobri-me com as velas remendadas

e fui sonho e terra e caravela

à procura de mim

numa rosa dos ventos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

PROCURANDO

À procura de mim, tenho vindo.

Parei aqui na tentativa de me encontrar.

Talvez traga alguma coisa de novo.

Talvez me traga somente.


Eis-me... sem apresentações.


Imagem Google